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Tudo o que médico precisa saber sobre impostos, formas de contratação e recebimentos.

A escolha entre ser médico CLT ou médico PJ depende de diversos fatores, como a preferência do profissional por estabilidade ou flexibilidade, o modelo de trabalho oferecido pelas instituições de saúde, as questões tributárias e as projeções financeiras do médico. É essencial que o médico compreenda bem as diferenças entre esses regimes e busque orientação de profissionais da área contábil e jurídica para tomar uma decisão informada e que seja mais adequada ao seu perfil e objetivos financeiros. Além disso, é importante ficar atento às mudanças na legislação, pois esses temas podem sofrer alterações ao longo do tempo.

Para garantir uma atuação profissional bem-sucedida, os médicos devem estar cientes das questões relacionadas a impostos, formas de contratação e recebimentos. Esses tópicos são fundamentais para a organização financeira e a conformidade legal do profissional da saúde. Portanto, reuni aqui tudo o que médico precisa saber sobre impostos, formas de contratação e recebimentos.

Formas de contratação e recebimento dos médicos

As formas de contratação dos médicos podem variar entre Pessoa Jurídica (PJ), profissionais autônomos ou empregados no regime CLT. A seguir, detalharei cada uma dessas modalidades e suas respectivas formas de recebimento.

Médico CLT

Embora não seja a forma de contratação mais comum no meio médico, o regime CLT oferece algumas vantagens significativas para o trabalhador, incluindo os seguintes benefícios: décimo terceiro salário, férias remuneradas, seguro-desemprego em caso de demissão e contribuição para o INSS visando a aposentadoria.

Por outro lado, é importante mencionar que os valores descontados para garantir esses benefícios citados acima costumam ser significativos.

Forma de recebimento do médico CLT:

O recebimento é realizado mensalmente em uma conta de pessoa física, dispensando a necessidade de abrir uma empresa para esse fim.

PJ (Pessoa Jurídica)

O regime PJ, é o regime mais comum na área médica, pois não há vínculo empregatício entre o hospital/clínica e médico, facilitando a contratação esporádica para plantões.

Aqui  o profissional se torna  um prestador de serviços, dessa forma sem direito a nenhum benefício. 

Forma de recebimento do médico PJ

Nesse formato de trabalho, o médico fica na responsabilidade de emitir uma nota fiscal para a instituição, dessa forma, o médico receberá assim que o hospital realizar o pagamento da nota fiscal em uma conta PJ. 

PJ médica e tributação

No regime PJ é possível enquadrar a empresa em três regimes e é  esse enquadramento que irá definir a alíquota  de desconto em cima do seu faturamento mensal.

No Brasil contamos com três tipos de regime de tributação, sendo eles o Lucro presumido, Lucro real e o Simples Nacional.

Lucro Presumido:

Lucro Presumido é um dos regimes tributários disponíveis para empresas no Brasil. Nesse regime, a base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) é determinada por uma margem presumida de lucro sobre o faturamento bruto da empresa.

A margem presumida é estabelecida pela legislação e varia de acordo com o ramo de atividade da empresa. Ela representa uma estimativa do lucro que se presume ser obtido pela empresa, independentemente do seu lucro efetivo.

O Lucro Presumido é uma opção mais simples em relação ao Lucro Real, que requer a apuração detalhada dos resultados contábeis da empresa. Por isso, é geralmente utilizado por empresas de menor porte que se enquadram nos critérios estabelecidos pela legislação para adotar esse regime.

As alíquotas aplicadas sobre a margem presumida são utilizadas para calcular o IRPJ e a CSLL devidos pela empresa. Além disso, a empresa também precisa recolher outros tributos, como PIS/PASEP, COFINS e INSS, de acordo com as regras estabelecidas para cada imposto.

É importante ressaltar que a opção pelo Lucro Presumido é uma decisão estratégica que deve ser avaliada com cuidado, considerando as particularidades do negócio e a carga tributária envolvida. Contar com a orientação de um contador especializado é fundamental para garantir a escolha adequada do regime tributário e a correta apuração dos impostos devidos pela empresa.

Lucro real:

Lucro Real é um dos regimes tributários existentes no Brasil para empresas. Nesse regime, o cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) é baseado no lucro líquido apurado contabilmente pela empresa em um determinado período de apuração.

Diferentemente do Lucro Presumido, onde a base de cálculo é determinada por uma margem presumida de lucro sobre o faturamento bruto da empresa, no Lucro Real, a tributação é aplicada sobre o lucro líquido real obtido, considerando todas as receitas e despesas do negócio.

Nesse regime, a empresa precisa manter uma escrituração contábil completa e apurada, com registros detalhados de suas operações e resultados financeiros. É necessário que todas as receitas e despesas sejam devidamente comprovadas por documentos fiscais e contábeis.

A opção pelo Lucro Real é obrigatória para algumas empresas, como aquelas com faturamento anual superior a determinado limite estabelecido pela legislação fiscal ou que atuam em setores específicos, como bancos e instituições financeiras.

Vale ressaltar que a escolha entre o Lucro Real e o Lucro Presumido é uma decisão importante que deve ser avaliada com cautela, considerando as particularidades do negócio, sua estrutura contábil e a carga tributária envolvida. A assistência de um contador especializado é fundamental para garantir que a empresa cumpra corretamente suas obrigações fiscais e escolha o regime mais vantajoso para sua realidade financeira.

Simples Nacional:

O Simples Nacional é um regime tributário simplificado no Brasil, que permite a unificação dos principais tributos federais, estaduais e municipais em um único pagamento para micro e pequenas empresas. Esse regime foi criado com o objetivo de facilitar a gestão tributária e reduzir a carga burocrática e fiscal dessas empresas.

Empresas que se enquadram no Simples Nacional pagam uma única guia de impostos, que engloba o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), o Programa de Integração Social (PIS), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o Imposto sobre Serviços (ISS) e a Contribuição para a Seguridade Social destinada ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Para optar pelo Simples Nacional, a empresa deve atender a alguns critérios, como não ultrapassar o limite de faturamento estabelecido pela legislação para cada ano calendário.

É importante lembrar que, ao optar pelo Simples Nacional, é necessário seguir as regras e prazos estabelecidos para a apuração e pagamento dos impostos. Para tomar decisões financeiras e fiscais informadas, é fundamental contar com a orientação de um contador especializado para garantir o correto cumprimento das obrigações tributárias e a conformidade legal da empresa.

Como o médico deve escolher o melhor regime de tributação?

Para determinar a melhor tributação para sua empresa, é necessário realizar uma análise detalhada do faturamento. Essa avaliação pode ser conduzida por um contador ou escritório de contabilidade especializado. É importante destacar que a escolha do regime tributário não é definitiva e pode ser ajustada ao longo dos anos, conforme o faturamento da empresa evolui.

A possibilidade de ajustar o regime tributário é uma vantagem, permitindo que a empresa se adapte às mudanças em seu faturamento e à dinâmica do mercado. Dessa forma, é possível otimizar a carga tributária e pagar menos impostos à medida que o negócio cresce.

A atuação de um contador experiente é fundamental nesse processo, pois ele pode identificar as melhores opções de regime tributário para o seu negócio, levando em conta suas particularidades e objetivos financeiros. O contador também pode fornecer orientações estratégicas para a gestão fiscal da empresa, garantindo a conformidade com a legislação e maximizando os benefícios fiscais disponíveis. Assim, você terá mais tranquilidade em relação aos aspectos tributários do seu empreendimento e poderá focar na condução bem-sucedida de suas atividades.

Principais diferenças entre o médico pessoa física e o médico pessoa jurídica

Pessoa física (CLT)

Pessoa Jurídica

Existem direitos a todas as garantias da consolidação trabalhistas

Não tem direitos ou garantias trabalhistas

Possui alteridade, pessoalidade, não eventualidade, subordinação e onerosidade

A pessoa jurídica arca com o pagamento de tributos menores

 

Não tem pessoalidade e não são subordinados.

Qual a vantagem de ser um médico PJ?

A opção de atuar como Pessoa Jurídica (PJ) oferece uma vantagem significativa para o médico, pois a tributação sobre os rendimentos é baseada no valor do pró-labore, que geralmente é menor do que o valor total recebido mensalmente. Como resultado, o médico paga menos impostos em comparação com outras formas de contratação.

Essa diferença ocorre porque, no regime PJ, o médico pode distribuir os lucros da empresa, além do pró-labore, de forma mais vantajosa do ponto de vista tributário. Os lucros distribuídos são tributados com alíquotas mais favoráveis, o que pode reduzir a carga tributária total do profissional.

Além disso, a Pessoa Jurídica permite ao médico a dedução de algumas despesas empresariais, como aluguel, equipamentos e materiais médicos, o que também contribui para a redução dos impostos a pagar.

Entretanto, é importante ressaltar que a escolha de atuar como PJ deve ser feita com cautela e levando em consideração as particularidades da atividade médica, bem como as obrigações legais e fiscais associadas a esse regime. A ajuda de um contador especializado é essencial para garantir a conformidade fiscal e encontrar a melhor opção tributária para o médico, de acordo com sua situação financeira e suas metas profissionais. 

Médico Autônomo.

O médico recém formado tem a opção de atuar como médico autônomo, exercendo suas atividades por meio de Pessoa Física. Essa forma de contratação não é tão comum quanto outras opções, mas pode ser uma alternativa para os profissionais que desejam trabalhar de maneira independente.

Nesse modelo, o médico atua como prestador de serviços sem vínculo empregatício, sendo responsável por emitir recibos ou notas fiscais para os pagamentos recebidos por seus serviços. O médico autônomo assume a responsabilidade por recolher os impostos devidos como pessoa física, incluindo o Imposto de Renda e as contribuições previdenciárias.

Essa opção pode proporcionar maior flexibilidade e autonomia na prática médica, permitindo ao médico escolher seus horários e clientes. No entanto, é importante considerar que, como autônomo, o médico não tem acesso a benefícios trabalhistas, como férias remuneradas ou 13º salário.

É recomendável que o médico recém formado busque orientação contábil para entender as implicações fiscais e legais do trabalho como médico autônomo e garantir o correto cumprimento das obrigações tributárias. Além disso, é importante avaliar outras formas de contratação, como o regime PJ ou CLT, e considerar as necessidades e objetivos profissionais antes de fazer sua escolha.

Forma de recebimento médico autônomo

O médico autônomo tem a obrigação de emitir recibo a cada serviço prestado. Essa prática é essencial para documentar os pagamentos recebidos dos pacientes ou contratantes e comprovar a prestação de serviços. Além disso, os recibos ou são importantes para fins tributários e contábeis.

A emissão de recibo é uma exigência fiscal e legal, independente da forma de pagamento, seja em dinheiro, transferência bancária ou por meio de cartão de crédito/débito. Esses documentos devem conter informações como o nome e CPF do médico autônomo, a descrição dos serviços prestados, a data da realização do serviço e o valor cobrado.

A falta de emissão de recibos pode acarretar problemas fiscais e legais para o médico autônomo, além de prejudicar a comprovação de seus rendimentos e serviços prestados.

Portanto, é fundamental que o médico autônomo mantenha um controle organizado dos serviços realizados e emita os recibos de forma correta e regular. Essa prática é importante para garantir a conformidade com a legislação e uma gestão financeira adequada e transparente.

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